Diversidade biocultural

Aula 04/10 | professor Jackson Rego Matos

Qual o interesse do modelo de desenvolvimento vigente? Ter x Ser

  • Na universidade, desenvolvemos o lado técnico e científico, mas não é preciso ser antagonista de outros saberes; pertencemos a um planeta que pertence a um sistema solar e uma via láctea, entre outros tantos sistemas solares e galáxias do universo; é preciso refletir sobre o que é “ser humano” para tentar compreender o que é ser uma entre 8 bilhões de pessoas;
  • Nosso conhecimento hoje nos permite calcular que o planeta Terra teria surgido a 4,6 bilhões de anos, a vida a 3,5 bilhões, os dinossauros a 230 milhões e o Homo sapiens só a 200 mil anos. Mesmo assim, nesse “pequeno período” da nossa existência, a humanidade já passou por importantes transformações, adquirindo conhecimentos, inventando caminhos e elaborando avanços tecnológicos. Descobrimos o fogo, saímos das cavernas, aprendemos a fazer ferramentas de pedra, a forjar metais, a cultivar a terra, criar animais para consumo e domesticar espécies que desenvolvemos afeição ou reverência, a construir e viver em aglomerados urbanos, passando por grandes civilizações que tiveram seu ápice e desaparecimento. Os avanços e conhecimento não pararam: eletricidade, aviões, supercomputadores, foguetes, experiências genéticas etc. Acontece que dos últimos duzentos anos para cá, o Homo sapiens está destruindo o planeta por causa de um sistema econômico.
  • O sistema atual desconsidera os próprios impactos sobre a sociedade e a natureza, da qualidade de vida e dos direitos da Natureza. Esse tal desenvolvimento “vendido” como progresso tem com o principal objetivo de crescimento econômico pessoal e privado, mensurando o desenvolvimento das sociedades a partir de indicadores econômicos somente: renda, produção e consumo;
  • Há um reducionismo da complexidade social, cultural, política e econômica das sociedades do mundo;
    • Desconsidera fatos importantes – diferentes- nesses processos históricos de dominação entre os países no mundo capitalista;
    • Processo acelerado de homogenização cultural;
  • Crescimento populacional exponencial

Quais os grandes desafios colocados para a sociedade atual?

  • Todas as grandes mudanças começaram com um movimento de poucas pessoas;
  • Encontrar um modelo de sociedade e de economia que seja capaz de incorporar a noção de natureza como matriz fundamental de desenvolvimento. Exemplos:
    • produção de alimentos, fibras e outras matérias-primas em quantidade adequada e com qualidade, ou seja, sem contaminantes químicos ou biológicos, sendo exigido que o processo de produção não degrade o ambiente e os recursos naturais.
  • Os problemas ambientais da atualidade são decorrentes desse crescimento econômico, respaldado em uma ciência e uma técnica, que privilegia o lucro, o capital, o econômico em relação ao social.
  • A partir da percepção das ameaças de esgotamento, está surgindo uma outra percepção: a de promover a sustentabilidade e restaurar níveis satisfatórios de qualidade de vida.
    • Já sabemos o que não deve ser feito. Devemos aprender o que deve ser feito. Aprender a ser menos homo economicus e voltar a ser mais homo sapiens.(Bursztyn, M – Para pensar o desenvolvimento sustentável)

A diversidade biocultural

Na antropologia:

“As culturas mantidas socialmente se constituem como teias de significados que enlaçam os humanos em sua trama e os distinguem a partir do conjunto de comportamentos espirituais e materiais…”

Devem ser respeitadas como vias legítimas de estar no mundo

Ser humano –> integrados socialmente –> impossível distinguir animal biológico de animal cultural.

Pergunta para próxima aula:

A bioeconomia pode ser um modelo para conservar a floresta amazônica e melhorar a qualidade de vida?

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