Sintomatologia, Sinais e Diagnóstico

Sintomas

Alterações apresentadas nas plantas (hospedeiras) em relação aos seus hábitos ou estruturas

  • exemplos: folhas amareladas, murchas, manchas, nanismo, necroses
  • por que são importantes: indicam que a planta está doente
Quadro sintomático

É o conjunto de sintomas apresentados pela planta doente

Localização

  • primário: esporo fungíco chega na folha e o sintoma é produzido ali, causando uma mancha…
  • secundário ou reflexo: em local distante de onde o patógeno atacou, por ex: murcha na parte aérea (secundário) que são causados por ferimentos na raiz (primário)

Alterações no hospedeiro

  • lesionais: ocasiona lesão em um ou mais órgãos planta, como manchas necróticas, podridões e secas no ponteiro;
  • habituais: alterações no hábito de crescimento dela, como superbrotamento, nanismo

Estrutura/processo afetado

  • histológico: alterações em nível celular;
  • fisiológico: alterações na fisiologia, tais como uma folha com um sintoma de mancha (sintoma primário), que afeta a fotossíntese
    • sintoma na raiz: utilização direta de nutrientes do hospedeiro causando diminuição na absorção
    • aumento na respiração do hospedeiro, a primeira coisa que altera na planta doente
    • alteração na transpiração do hospedeiro
    • interferência nos processos de síntese
  • morfológico: alterações em nível de órgão, tais como
    • amarelecimento: destruição da clorofila
    • murcha: flacidez das folhas ou brotos
    • cancro: lesões necróticas deprimidas
    • tombamento de mudas: podridão dos tecidos tenros da base do caulículo
    • necrose dos órgãos aéreos
    • gomose: exsudação de goma a partir de lesões provocadas por patógenos que colonizam o córtex ou o lenho
    • mancha: morte de tecidos foliares, que se tornam secos e pardos
    • mumificação: secamento rápido de frutos, apodrecimento, enrugamento e escurecimento
    • clorose: desbotamento, muito comum em vírus, em órgãos clorofilados
    • bolhosidade: muito comum em vírus, aparecimento no limbo foliar de saliências de aparência bolhosa
    • galha: hipertrofia ou hiperplasia nas células das raízes, com desenvolvimento anormal de tecidos de planta (causado por nematoide)
    • superbrotamento: ramificação excessiva do caule, ramos ou brotações florais (o patógeno injeta hormônios)

Sinais

Estruturas do patógeno encontradas associadas à planta doente

  • exemplos: cistos de nematóides; esporos de fungos, hifas de fungos

Diagnose

É a identificação do agente causal de uma doença mediante a utilização de técnicas e/ou a interpretação dos sintomas e dos sinais

  • o diagnóstico é o resultado conclusivo de uma diagnose, com as medidas de controle

Enfoque científico do diagnóstico

  • observação do problema
    • distribuição da doença nos tecidos, nas plantas ou em uma planta individualmente dentro da população
    • formulação de uma hipótese que explique o problema
    • estudos para comprovação da hipótese: ver o que já foi descrito na literatura científica para fazer correlação com bibliografia consultada;
    • aceitação ou revisão da hipótese

Tipos de diagnose

  • laboratorial (direta): identifica o patógeno;
  • campo (indireta): interpretando sintomas e sinais;

PROCEDIMENTOS BÁSICOS

  • levantamento distributivo da doença em campo: só na cultura ou em outras plantas; em todo o campo ou em reboleiras;
  • levantamento de sinais;
  • levantamento das condições de cultivo: condições climáticas, cultivos anteriores (presença de patógenos e químicos), situação fitossanitária, fertilizantes e defensivos, infestação de pragas;
  • consulta bibliográfica: levantamento e caracterização das doenças conhecidas da cultura e interpretação dos dados, fazendo correlação com a bibliografia consultada.

PROCEDIMENTOS GERAIS PARA A DIAGNOSE LABORATORIAL

  • coleta de plantas com sintomas e manutenção
    • coleta de iniciais e intermediários: saco com papel, guardado refrigerado e, quando mandar, embalar em caixa de isopor no laboratório;
      • informações para identificar amostra: nome da cultura; variedade; local do cultivo; data de coleta; origem do material de plantio; idade da cultura, tratamento de adubação, defensivos utilizados; cultura anterior; modo de preparo da área; doenças anteriores ocorridas na cultura…
      • informações do interessado
    • avançado: uma planta que está totalmente debilitada com saprófitas oportunistas, sendo difícil achar o agente causal;
  • recuperação do agente fitopatogênico
    • fungos
      • isolamento direto: raspagem direta de tecidos com sinais visíveis
      • incubação em câmara úmida com raspagem direta dos sinais desenvolvidos
      • isolamento indireto: meio de cultura de rotina ou seletivo, iscas, solo
    • bactérias
      • isolamento em meio de cultura (diluição seriada, estrias, maceração)
      • teste do copo: planta com sintoma de murcha (fungo ou bactéria): em um copo cristalino transparente e tirar um pedacinho do pseudo-caule e emerge. se tiver bactéria, vai escorrer um fluxo de exsudação/pus bacteriano.
      • teste de gram: se é gram-positiva ou negativa para eliminar doenças;
    • vírus
      • maceração de tecidos infectados, em solução tampão
      • microscopia eletrônica, PCR
    • nematóides (parasitas obrigatórios)
      • coletar solo e raiz, de 0 a 30cm
        • colocar no saco plástico solo junto, mantendo raiz secundária coberta por solo
  • identificação do agente fitopatogênico

FLORESTAIS – A IMPORTÂNCIA DO POSTULADO DE KOCH PARA DOENÇAS DE CAUSAS DESCONHECIDAS:
Quando não encontrar nada em literatura, fazer o teste de patogenicidade. Como comprovar?

1. PRIMEIRO POSTULADO (Observacional): Associação constante do organismo com a doença.
Observar grupo de plantas apresentando o mesmo tipo de sintoma.

2. SEGUNDO POSTULADO (Isolamento > Cultura pura): Isolamento do organismo dos tecidos afetados e produção de cultura pura.

3. TERCEIRO POSTULADO (Inocular em planta sadia > Reproduzir sintomas): Inoculação do organismo obtido em cultura pura em hospedeiro sadio (comparar sintomas e sinais). Ver se a doença ressurgiu, se causar, deve ser o agente causal.

4. QUARTO POSTULADO (Re-isolamento > Cultura pura): Re-isolar o organismo hospedeiro inoculado apresentando sintomas e comparar com cultura pura obtida com o a original. Re-isolamento do patógeno.

Medidas de controle

  • manejo integrado de controle
  • o controle de doenças de plantas está diretamente relacionado com a diagnose correta da doença. o sintoma é o primeiro passo a realização da diagnose.

Saiba mais:

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