O que é método? Defina e dê um exemplo de realização para uma atividade de Engenharia Florestal.
Método, no contexto´da Sistemática Vegetal da Engenharia Florestal, é o procedimento (conjunto de etapas) utilizadas de forma padronizada para a identificação de plantas e coletas de espécies. Pode contemplar:
- Planejamento da coleta: local, período, condições climáticas
- Preparação do material: embalagem para coleta, etiqueta, lápis, GPS
- Coleta de amostras: coordenadas geográficas, informações relevantes que só podem ser feitas em campo (relações ecológicas, cor, cheiro), identificação
- Preservação das amostras: borrifar álcool, prensagem, secagem
- Identificação: uso de chaves, literatura, recursos online
- Documentação/registros: herbário
Dê três exemplos de famílias botânicas e três espécies utilizadas economicamente.
- Lecythidaceae – Bertholletia excelsa (castanha-do-Pará): sementes
- Fabaceae – Dipteryx odorata (cumaru): sementes
- Meliaceae – Carapa guianensis (andiroba): sementes
O pesquisador Pedro realizou coleta de uma árvore da família Malvaceae em campo e deseja incorporar essa amostra em uma coleção científica. Como ele deve proceder? Quais as principais informações devem constar na etiqueta da amostra coletada? E onde essa amostra será incorporada?
Pedro deve seguir um método no qual ele anote as coordenadas (gps) e descreva informações da planta (floração, fruto, cores, aroma, exsudato, altura da planta, relações ecológicas) observadas no ato da coleta. Deve ter anotado também a data da coleta, o nome do coletor, outros colaboradores e enviar para o herbário. A intenção de incorporá-la no herbário para registro da ocorrência ou, se for o caso, da nova descoberta.
Construa uma chave taxonômica, com quatro passos, utilizando em cada passo pelo menos duas características morfológicas. Importante que a chave tenha no mínimo duas espécies de plantas e seja construída com caracteres vegetativos e reprodutivos.
Chave de caracteres dendrológicos das espécies comercializadas como tauari no Estado do Pará
1. – Sapopemas tabulares altas (> 0,5m) ______________________2
1′ – Sem sapopemas ou com sapopemas baixas (<0,5m) _____5
___ 2. Folhas sem pelos (glabras), pecíolo delgado ____________3
___ 2′. Folhas pubescente ou tomentosas, pecíolo grosso _____4
______ 3. Folhas pequenas (5-9,5cm), oblanceoladas_____________ Couratari oblongifolia
______ 3. Folhas grandes (12-13cm), oval a abovada_____________ Couratari tauari
_________ 4. Folha com margem inteira, lâmina sem cicatrizes ___ Couratari guianensis
_________ 4.’ Folha com margem crenulada, lâmina c/ cicatrizes __ Couratari stellata
_____________5. Folha oval, lâmina sem cicatrizes __________________ Cariniana decandra
_____________5.’ Folha elíptica, lâmina com cicatrizes ______________ Cariniana micrantha
João coletou uma planta na cidade de Oriximiná, no Pará, durante uma atividade prática da disciplina de Engenharia Florestal em 2020 e depositou essa coleta no herbário HSTM da UFOPA, no campus Tapajós. Durante a coleta dessa planta, João coletou 3 ramos com flores da mesma planta e acondicionou tudo no mesmo jornal. Em 2023, o pesquisador Diego de Minas Gerais esteve presencialmente no herbário analisando as coleções e observou que essa coleta feita por João se trata de uma espécie nova para a ciência. Dito isso, esse pesquisador trabalhou na descrição e publicação dessa planta. Essa planta pertence à família Cactacea, atribuída ao gênero Cereus.
1. Na escolha da nomeação do epíteto específico, descreva quais as opções o pesquisador tem para nomear essa planta.
Diego pode escolher um epíteto específico único que ajude a descrever a espécie, usando:
a) uma característica morfológica distinta da planta;
b) uma localização geográfica
c) um nome de uma personalidade de prestígio/relevância associada à planta.
2. Das materiais coletados pelo João para essa espécie, como essas amostras devem ser designadas no que se trata ao herbário.
a) Diego destinou a amostra mais completa para criar uma ficha exsicata para o holótipo.
b) As outras duas amostras ele criou dois isótipos a serem enviados para os herbários da USP e da UNICAMP.
3. Diego pode nomear e publicar essa planta com um mesmo nome já existente? Explique.
Não, se Diego já chegou à conclusão que se trata de uma nova espécie, ele deve descrever esta nova espécie. Se já existe um gênero que contemple as principais características dessa nova espécie, Diego pode criar somente o epíteto específico. Agora, se nenhum gênero da família Cactacea contemplar as características desse espécime, Diego pode criar um novo gênero ao qual irá atribuir um epíteto específico.
4. Em 2024, o pesquisador Paulo fez um estudo de filogenia do gênero Cereus e observou que a espécie descrita por Diego em 2023 pertence a outro gênero. Como ele deve proceder?
Se a espécie descrita por Diego em 2023 pertence a outro gênero, Paulo deve revisar a descrição e a classificação taxonômica da espécie e publicar uma correção taxonômica, atribuindo-a ao gênero correto com base em sua análise filogenética.
5. Em outra situação neste mesmo estudo de Paulo, a espécie descrita por Diego foi posicionada junto a outra espécie existente e descrita em 1990. Como ele deve proceder?
Em artigo publicado na revista científica Taxon, Paulo deve justificar um pedido de revisão da espécie descrita por Diego, explicando que há outro registro mais antigo exatamente da mesma espécie e que por prioridade o mais antigo deve ser adotado. Já o nome criadopor Diego fica como um sinônimo (=).