Descrição morfológica de Latossolo Amarelo em perfil
localizado na Fazenda Experimental da UFOPA
A atividade avaliativa da disciplina de Solos Florestais tem como objetivo a caracterização de um perfil de solo na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Oeste do Pará, localizada às margens da Rodovia Santarém – Curuá-Una (PA-370), km 36, no município de Santarém-Pará, na coordenada geográfica 21 UTM M 0773685 9702584, numa altitude de 93m. O clima da região é classificado como tropical úmido. Em abril deste ano, a temperatura média projetada é de 26,2 oC (Climate-data), com muitos dias de chuva. O perfil analisado pela equipe está localizado em área de Floresta Secundária (onde a vegetação primária era de Floresta Tropical), sendo usado atualmente como uma área de estudo de solo da universidade, em tipo de paisagem de colina/morro, no terço superior da encosta, a uma distância de 2120m da sede da fazenda, marcando as coordenadas geográficas 21 UTM M 0775725 9703151, numa altitude de 123m.
Mapa 1: imagem de satélite da área da Fazenda Experimental da UFOPA
A partir da diferença das altitudes da fazenda e do perfil foi usada para calcular a porcentagem da declividade de 1,42%, conforme a equação:
Declividade (%) = ( altitudesdistância) 100
Foi utilizado como referência para a classificação o Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo, da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (2015), enviado previamente para as equipes de trabalho.
Com material de origem autóctone, devido à elevação e ao clima tropical, formado pela intemperização de rochas no local no decorrer de um longo período de tempo, uma vez que se sabe que os solos amazônicos são muito antigos. De coloração rósea a amarelo amarronzada, no manuseio o solo era facilmente deformável e moldável com pouca pressão, apresentando uma consistência branda, pois a área de estudo encontra-se em condições úmidas e o solo no geral apresentava uma sensação pegajosa ou viscosa. A área também pode ser classificada como não pedrogosa e não rochosa, situada em relevo plano, suavemente ondulado, sem erosão aparente e moderadamente drenado.
Foto 1: equipe medindo a profundidade e espessura dos horizontes
No local, já estava aberto um perfil com 1,87 m de profundidade. Com o uso de uma fita métrica, a equipe definiu a face vertical mais lisa e bem iluminada para definir os horizontes e transições visíveis a olho nu, dos quais foram tomadas as seguintes medidas:
| Horizonte | Profundidade (cm) | Espessura (cm) | Transição |
| A | 0 – 28 | 28 | irregular e difusa |
| AB | 28 – 62 | 34 | plana e gradual |
| Bw1 | 100 – 62 | 38 | plana e gradual |
| Bw2 | 100– 187 | 87 | plana e gradual |
Tabela 1: Medida de profundidades, transição e espessuras dos horizontes
Devido a profundidade total do perfil já previamente preparado para a atividade pedagógica com 1,87m, não chegamos a atingir o horizonte C, onde encontraríamos fragmentos da rocha-mãe. De forma geral, todos os horizontes apresentavam nenhum ou muito pouco cascalho.
Em nenhum dos horizontes foi observado qualquer mosqueado ou variegado, com todos apresentando uniformidade em suas matrizes de fundo.
Ainda no local, foi feita a classificação da textura , da cerosidade, da consistência úmida, da presença de raízes, da porosidade de cada horizonte, sendo:
| Horizonte | Textura | Cerosidade | Consistência Úmida | Raízes | Porosidade |
| A | orgânica fibrosa | pouca, grau fraco | firme | finas e comuns | poros médios, comuns |
| AB | argilossiltosa | pouca, grau fraco | firme | muito finas e poucas | pequenos e poucos |
| Bw1 | argilosa | pouca, grau fraco | muito firme | ausentes | sem poros visíveis |
| Bw2 | muito argilosa | pouca, grau fraco | extr. firme | ausentes | sem poros visíveis |
Tabela 2: Classificação da textura, cerosidade, consistência úmida, presença de raízes e porosidade de cada horizonte
Foram então coletadas amostras dos diferentes horizontes, acondicionadas em embalagem plástica com tampa, identificadas e transportadas:
Foto 2: coleta das amostras dos diferentes horizontes
Já na sede da fazenda, a equipe consultou o código de Munsell para definir a cor de matriz do solo ainda úmido, com dominância de cores amareladas, conforme apresentado abaixo:
| Horizonte | Matriz do solo úmido (Código de Munsell) | Cor aproximada em tela |
| A | 2.5y 4/4 |  |
| AB | 10yr 4/6 |  |
| Bw1 | 2.5y 7/8 |  |
| Bw2 | 2.5y 7/8 | |
Tabela 3: Classificação da textura, cerosidade, consistência úmida, presença de raízes e porosidade de cada horizonte
A equipe aproveitou a presença do agronômo especialista em solos Avner Gaspar na Fazenda Experimental para discutir com ele o tipo de solo com as características que tinhamos coletado, profundo, argiloso, não pedregoso, com predominância de cores amareladas, com as sequências de horizontes A-AB-Bw1-Bw2, sendo w uma classificação para bastante intemperizado. A equipe concluiu que o solo, de acordo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, pode ser classificado como Latossolo Amarelo.
Pela característica da atividade, a equipe não teve tempo para análise laboratorial das amostras, que poderia determinar a presença óxidos de Ferro, Alumínio e outros minerais.
