Etiologia e doenças bióticas

Palavra de origem grega, aetia (causa) + logos (estudo), é o estudo das causas das doenças de plantas, que tem por objetivo identificar o agente causal e o estabelecimento de medidas corretas de controle.

Primeiro se analisa os sintomas (visíveis), investiga-se sinais (ex: abióticos ou bióticos? presença de patógenos?), examina-se sinas no laboratório, confirma-se.

Fases distintas do Ciclo de Vida de fatores bióticos

  • Patogênese: causador da doença
  • Saprogênese: não está causando a doença

Tipos de parasitismo

  • Parasita obrigatório: biotrófico
    um organismo que depende completamente da planta hospedeira para seu crescimento, reprodução e nutrição. não pode sobreviver independentemente da planta.
    por exemplo, vírus e nematóides, alguns fungos e bactérias
    só consegue retirar alimento de células vivas
    não são cultivados em meio de cultura, obtém nutrientes por meio de células de absorção
  • Parasita facultativo: hemibiotrófico
    um organismo que pode viver tanto como parasita em um hospedeiro quanto de forma independente como saprófita (se alimentando de matéria orgânica morta). Ele tem a capacidade de sobreviver e crescer em diferentes ambientes.
    parasita só em algum momento da vida dele, vivendo como saprófito (que cresce em matéria orgânica morta) a maior parte da vida
    enquanto houver matéria em decomposição, ele não ataca a planta viva
    por exemplo, fungos e bactérias
    facilmente cultivados em meio de cultura
  • Saprófita facultativo: necrotrófico (se alimentam de tecidos vegetais que estão morrendo ou já estão mortos)
    pode se alimentar de matéria orgânica morta (detritos), mas também é capaz de se tornar parasita quando as condições são favoráveis. Isso significa que ele tem flexibilidade em seu modo de vida, dependendo das circunstâncias. Um exemplo é o fungo Aspergillus nidulans, que pode ser saprófito, mas também pode causar doenças em plantas e animais.
    importantes decompositores e agentes de podridão
    podem ser cultivados por meio de cultura
  • Saprófita obrigatória:
    só se alimenta de células mortas
    um organismo que depende completamente de matéria orgânica morta para obter nutrientes. Ele não pode se tornar parasita ou se alimentar diretamente de seres vivos. Muitos fungos, como os cogumelos, são exemplos de saprófitos obrigatórios, pois obtêm nutrientes decompondo matéria orgânica em decomposição.
    facilmente cultivados em meio de cultura


FUNGOS

  • organismos eucariontes, aclorofilados, heterotróficos;
  • reprodução sexuada e assexuadamente e cujas estruturas somáticas são geralmente filamentosas e ramificadas, com parede celular contendo celulose ou quitina, ou ambos;
  • obtém o alimento seja como saprófitas (maior parte), organismos que vivem sobre a matéria orgânica morta, ou como parasitas, que se nutrem da matéria viva.
  • podem penetrar no hospedeiro diretamente (a nível subcuticular, bem como a nível celular com haustório, micélio intercelular, micélio intercelular com haustório, ou apressório e micélio intracelular), por aberturas naturais (estômatos, lenticelas e hidatódios) ou por ferimentos (artificiais, naturais pela rachadura de raízes, bem como através da ação do fungo, pela morte e maceração das células a frente do seu avanço).
  • Uma vez no interior das plantas, elas podem se multiplicar nos espaços intercelulares ou no tecido vascular.
  • A maioria dos fungos fitopatogênicos necessita de agentes como o vento, água, insetos, aves, outros animais e o homem para poder disseminar de uma planta a outra e inclusive a diferentes partes de uma mesma planta.
  • sintomas necróticos primários (no local onde está o fungo) com necrose ou podridão
  • sintomas necróticos secundários: a causa tá na raiz ou no colo da planta, mas o sintoma aparece nas murchas das folhas

NEMATÓIDES

  • nematoides fitonematóides – presença de estilete
    • Ectoparasitas: apenas o estilete é introduzido nos tecidos da planta; o corpo do nematoide fica do lado de fora
    • Endoparasitas: são capazes de introduzir todo o corpo nos órgãos parasitados
    • Semi-endoparasitas: penetram parcialmente a planta
      Os grupos podem ser: Migradores ou Sedentários
  • sintomas indicadores: parte visível, reboleiras com plantas menores, nanismo, necrose, descoloração, galhas nas folhas, folhas amareladas, pouca resistência à falta de água e eventualmente morte; parte subterrânea: galhas, sistema radicular pobre, excesso de raízes laterais, raízes curtas, lesões internas escuras, descolamento ou rachaduras do cortex.
  • sintomas necróticos secundários: a causa tá na raiz ou no colo da planta, mas o sintoma aparece nas murchas vasculares das folhas
  • sintomas plásticos como galhas na cenoura, na roseira

BACTÉRIAS

  • organismos unicelular procarionte com flagelos, em que a célula pode ou não ser revestida por cápsula mucilaginosa, seguida de parede celular que protege a região citoplasmática
  • comumente a forma de bastonetes ou bacilos
  • bactérias penetram nas plantas através de aberturas naturais como estômatos, lenticelas, hidatódios, aberturas florais etc., e também através de ferimentos. Uma vez no interior das plantas, elas podem se multiplicar nos espaços intercelulares ou no tecido vascular.
  • Disseminação: Água (principal)
  • Agentes diversos (homem, sementes, gemas, estacas, bulbos, rizomas, tubérculos).
  • sintomas necróticos primários (onde está a bactéria) com necrose ou podridão
  • sintomas necróticos secundários: a causa tá na raiz ou no colo da planta, mas o sintoma aparece nas murchas vasculares das folhas

VÍRUS E VIRÓIDES – parasitas obrigatórios

  • uma ou mais moléculas de ácido nucléico genômico, normalmente envolto por uma capa ou capas protetora(s) de proteína ou lipoproteína, o qual é capaz de mediar sua própria replicação somente no interior das células hospedeiras apropriadas.
    • As etapas da infecção viral em plantas, a nível celular, que são comuns a todas as infecções: penetração, liberação do ácido nucléico (desnudamento), biossíntese dos componentes virais (replicação bioquímica), montagem e maturação e, liberação.
  • se espalha pelo floema: uma vez introduzido na planta, pode ser distribuído através de um movimento lento célula a célula e de forma mais rápida via sistema vascular, geralmente através do floema
  • o principal vetor de vírus é inseto (precisa eliminar o inseto)
  • sintomas plásticos como o mosaico da abobrinha, do feijoeiro

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