Doenças do cacau

Theobroma cacao L. (Malvacea)

  • o que predispõe a planta de cacau ao ataque de doenças:
    • deficiência nutricional
    • ph
    • falta ou excesso de umidade

Podridão parda

  • pseudo-fungo, agora reino Cromista, pq tem parede celular com celulose
    Phytophthora spp (várias espécies causam a doença: Phytophthora palmivora, Phytophthora capsici, Phytophthora citrophthora, Phytophthora heveae)
  • gosta de água: é um fungo de solo e liberam zoosporos com flagelo no solo
  • Sintomas:
    • na almofada floral
    • cancros nos tronco ou galhos
    • frutos infectados e até mesmo mumificados
    • folhas sob os cacaueiros
    • raízes infectadas
    • camadas superficiais do solo
    • lesão no fruto semelhante ao da vassoura de bruxa, só que é uma podridão neste caso é mole, além do fruto ficar coberto por uma camada esbranquiçada e, em 10-15 dias, ter a superfície toda colonizada (fator diferenciador no toque da lesão da vassoura de bruxa)
    • cheiro de peixe (fator diferenciador da vassoura de bruxa)
  • Disseminação:
    • propágulos no solo e frutos doentes:
      • respingos de chuva
      • água de escorrimento
      • orvalho, que atinge frutos sadios localizados mais abaixo
    • insetos
      • contato com partes doentes as plantas no seu processo de alimentação
    • transporte de frutos contaminados
    • prática rotineira dos agricultores após a colheita e retirada das sementes
      • amontoa ou espalha casca nas proximidades dos viveiros — restos q podem ter patógenos
  • Infecção:
    • quando atinge as sementes, ela fica imprópria (melada)
      • não pode plantar
    • frutos são suscetíveis em TODAS as fases de desenvolvimento
  • Condições que favorecem:
    • alta umidade
    • baixas temperaturas
  • Pode afetar mais de 30% da produção
  • Controle: manejo integrado
    • retirada das cascas do local
    • revirar periodicamente para evitar a esporulação do patógeno
    • drenagem do solo nas áreas sujeitas a alagamento
    • diminuir sombreamento
  • Controle químico é muito utilizado, aplicação de fungicidas à base de cobre para prevenir infecção nos frutos
    • fungicidas cúpricos: efetivos para o controle da doença, mas é um método de custo elevado devido ao alto número de aplicações exigidas. Patógeno pode ficar resistente ao produto.
  • Controle genético é o melhor

Cancro de (Phytophtora palmivora) – mesmo genero q causa podridao parda

  • Cancro e lesões necróticas no caule iniciadas normalmente a parti de ferimentos na casca atingindo grandes extensões do lenho Em estádio mais avançado da doença, a casca racha verticalmente e ocorre exsudação de fluído castanho avermelhado

Vassoura de bruxa

Moni.lioph.thora perni.ciosa
basidiomycetes produz um cogumelo

  • doença descoberta no século 19 e pode acabar com 97% da produção e inviabiliza a lavoura
  • no Brasil, acontece na Bahia e na região Amazônica (éramos o 2o. maior produtor de cacau e agora somos o 7o. Foi uma das grandes epidemias que aconteceu no Brasil
  • fungo Moniliophthora perniciosa (hemibiotrófico, com fase biotrófica, com crescimento intercelular alimenta-se dos nutrientes das plantas, e fase saprofítica, com crescimento intracelular, alimentando-se de células mortas)
  • plantas jovens morrem, plantas velhas tem a produção comprometida
  • sintomas:
  • folhas: clorose, secamento de folhas e ramos, superbrotamento de gemas axilares no ramos e brotos
  • presença de basidiocarpos nos ramos e folhas
  • flores ficam com o pecíolo engrossado, almofadas florais com crescimento anormal
  • frutos atrofiados e com pecíolo engrossado
    • maturação prematura e deformação
    • presença de ilhas verdades
    • mancha dura nos frutos (fator diferenciador no toque)
    • lesões necróticas e escuras na casca
    • necrose nas amendoas
    • basidiocarpos no fruto seco – totalmente colonizada
  • o que favorece:
    • para formar o basidiocarpos, precisa de muita água e temperatura entre 24 a 26
      • precipitação anual de 1500mm a 2000mm (umidade de 80-90%)
    • liberação dos basidiósporos no período noturno, com a temperatura mais amena e pq os esporos são sensíveis à radiação ultravioleta e quando a umidade está abaixo de 80% (a umidade é um fator limitante pra doença)
    • viabilidade disseminando esporos pelo vento e pela água entre 5 e 8 dias (80 milhões de esporos por dia)
    • sobrevivem com micélio dormente em vassouras e frutos secos
      • na Amazônia, infecções ocorrem no período chuvoso (novembro a junho)
      • na Bahia, chove o ano todo e as infecções não são interrompidas
    • Como os fungos podem penetrar: através de ferimentos, aberturas naturais ou produzindo enzimas/toxinas que faz um machucado
  • controle: manejo integrado de medidas de controle, um único método não funciona
    • poda fitossanitária:
      remoção dos tecidos infectados da planta para interromper o ciclo da doença e diminuir o inóculo;
      primeira poda (ou poda principal): durante o período seco, nos meses de agosto e setembro (na Amazônia); pra quando chegar o período chuvoso ter pouco patógeno, e com alta umidade o fungo pode se espalhar rapidamente
      segunda poda (): dois ou três meses após a primeira, com o início a chuva

      em viveiros:
      – eliminar plantas sintomáticas
    • controle químico:
      eficácia limitada: precipitação frequente e alta;
      lançamentos foliares: expandem rapidamente;
      pulverizações mensais de óxido cuproso: proteção de flores e frutos na estação chuvosa;
      ausência de fungicida sistêmico (interno) eficaz para erradicar o micélio do fungo
      só funcionam fungicidas protetores (de contato) antes da doença

      em viveiros:
      – aplicar fungicida protetor de 15 em 15 dias
    • controle biológico:
      o fungo Trichoderma stromaticum impede a reprodução da vassoura de bruxa e parasita totalmente o fungo da doença. tem uma eficiência de 97% no controle da emissão de novos esporos;
      TRICOVAB
      – impede a esporulação do M. perniciosa
      – impede a sobrevivência do fungo nos restos podados
    • controle genético:
      uso de variedades resistentes
Podridão pardaVassoura de bruxa
mancha mole castanha escuramancha dura
fede peixe sem cheiro
camada esbranquiçada (3-5 dias e 10 a 15 dias cobre todo fruto)
em alguns estágios pode-se até aproveitar a amendoaperde todo o fruto
qdo aparece no fruto > seriedade alta
começa na raiz, provoca cancro no caula, lesao na folha > contamina outros pés

Monialíase

Moniliophthora roreri

  • perdas elevadas 50 a 90%
  • frutos de 3 meses mais suscetíveis
    • permanecem nas árvores, mumificam e continuam produzindo conídios por um período de até nove meses
    • Esporulação em frutos infectados: aumenta durante os períodos de alta umidade
  • sintomas
    • sinais de amadurecimento precoce nos frutos
    • Manchas: marrom que aumentam de tamanho e cobrem toda a superfície do fruto
    • Processo de colonização internamente dos frutos: pode afetar parte ou a totalidade das sementes
    • fruto mumificado
  • controle
    • Uso de anti-esporulantes: melhor estratégia para reduzir a reprodução do inóculo e evitar a disseminação dos esporos
      • uréia a 15% em água; Cyproconazol a 0,1%
    • COLETAR E QUEIMAR todos os frutos doentes
    • controle quimico so para plantios tecnificados
      • 10 aplicacoes de 14 em 14 dias (nem sempre compensa pelo custo)

Murcha de Ceratocystis ou Mal do Facão

  • fungo Ceratocysts fimbriata
    • ataca seringueira, manga, eucalipito
  • disseminação por instrumento contaminado, água, vento e inseto
    • lavar facão com água sanitária
  • Sintomas:
    • folhas secas aderidas à planta depois de morta
    • fungo exala odor frutífero que atrai insetos (besouro Xileborus ferrugineus)
    • coloração entre rósea a arroxeada do cancro
    • também causa murcha
  • Controle:
    • muito difícil
    • período muito curto entre o aparecimento do sintoma e a morte da planta
    • fungo penetra na planta por ferimentos que são difíceis de serem evitados durante a roçada ,poda e colheita
    • retirar (fazer excisão) da parte doente e erradicar partes afetadas
    • retirada e queimar

Outras doenças:

  • Murcha de Verticillium (Verticillum dahliae)
    • folhas murcham, amarelecem e ficam aderidas
    • escurecimento vasos xilema
  • Mal rosado (Erythricium salmonicolor)
    • pústulas levemente rosadas expandem micélio branco encobre todo galho
    • fungo penetra casca, cambio e causa morte
    • crosta rosada
  • Galha floral (Albonectria rigidiuscula)
    • Galhas tomam forma de tumores globosos, compactos e cobertos por tecido esponjoso – imitando couve flor
  • Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides)
    • lesões necróticas em frutos jovens mostrando halos amarelados
  • Podridão branca (Rigidosporus lignosus)
    • Fungo no caule da planta Folhas amarelecem, tornam-se necróticas Ocorre morte da planta
    • Raízes com rizomorfas fortemente aderidas
  • Podridão castanha (Phellinus noxius)
    • Sintomas parecidos com os da podridão branca
    • Crosta na raiz e colo da planta, composta por micélio do fungo e terra (cor castanha)
  • Podridão Negra (Rosellinia pepo e R. bunodes)
    • Crescimento micelial de cor cinza escuro com margens claras acima na raiz e acima do coleto.
    • Observam-se estruturas miceliais em forma de leque ou estrela, de cor branca
  • Podridão Vermelha (Ganoderma philippii)
    • Sintomas nas raízes semelhantes aos da podridão negra. Mas não há formação de estruturas em forma de leque ou estrela
    • orelha de pau
    • usar calcario
    • nao plantar perto de toras em decomposição

Ref. Embrapa – Fitopatologia vol. 1

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