Composição química da madeira
CONÍFERAS | FOLHOSAS | |
---|---|---|
CELULOSE | 42±2% | 45±2% |
HEMI-CELULOSE | 27±2% | 30±5% |
LIGNINA | 282±% | 20±4% |
EXTRATIVOS | 5±3% | 3±2% |
- As células da madeira são constituídas por macromoléculas de polissacarídeos (celulose, hemicelulose) e lignina.
- Outros constituintes intercelulares da madeira são os compostos de massa molecular baixa, que, em geral, estão depositados fora das paredes das células e são denominados genericamente de extrativos. Algumas substâncias solúveis em água, como os sais inorgânicos, também estão presentes na madeira (Gullichsen e Paulapuro, 2000; Burnes, 2000; Schwanninger e Hinterstoisser, 2002; Yokoi ., 2002; Sun e Tomkinson, 2003).
Celulose (alta rigidez e resistência – strength)
- entendendo a estrutura molecular
- homopolissacarídeo linear constituído de unidades de β–Dglicopiranose, unidas por ligações glicosídicas do tipo β(1-4)
- D-glicose = hexose, com 5 hidroxilas OH, 1 aldeído COH
- poliálcool-aldeído
Celubiose é a união de duas β-D-glicopiranose, que apresenta a OH (circulada) em posição axial, para cima do plano do anel
- a cada ligação glicosídica β(1⮕4) ocorre a formação de uma molécula de água (condensação)
- Polímero linear de até 15 mil resíduos de D-glicose unidos por lig. glicosídicas β(1⮕4);
- cadeia linear e polar β-d-1,4-anidroglicose
- 1,4 – ligação entre o carbono 1 e 4
- B – posição axial do grupo OH no carbono 1 (anomérico)
- D – destro, com as hidroxilas OH à direita do C mais distante do gupo aldeído
- anidro – devido a formação de água
- cristalina em sua maior parte (50-70%)
- comprimento suficiente para insolubilidade em água e álcool diluído
- forte tendência em formar ligação de hidrogênio intra e intermolecular, moléculas de celulose podem se associar formando microfibrilas, apresentanto regiões cristalinas e amorfas;
- microfibrilas agregam-se para formar as fibrilas e, estas, por sua vez, formam as fibras de celulose (Gullichsen e Paulapuro, 2000; Freire ., 2003)
Hemicelulose (flexibilidade/flexibility e sustentação celulose)
- heteropolissacarídeo responsável por aproximadamente 20-30% da massa seca da madeira
- uma variedade de monossacarídeos como D-glicose, Dgalactose, D-xilose, D-manose e L-arabinose
- Além desses, estão presentes ácidos Dglucurônico, D-galacturônico e D-4–metilglucurônico
- alguns grupos carboxilicos COOH
- tem como principal função proporcionar sustentação à parede celulósica.
- As ligações glicosídicas na hemicelulose podem variar, incluindo ligações α e β.
- as ligações de hidrogênio não são tão fortes como na celulose
- permite maior interação com a água devido à diversidade e dinamicidade das ligações de hidrogênio presentes em sua composição. Essa interação facilita processos como a hidratação, a gelificação e outras interações com a água na estrutura da parede celular vegetal.
- as ligações de hidrogênio não são tão fortes como na celulose
- A diversidade nas ligações contribui para a solubilidade parcial da hemicelulose em água; capacidade de formar géis em algumas condições
- A hemicelulose preenche os espaços entre as fibras de celulose na parede celular.
- Contribui para a flexibilidade e plasticidade da parede celular.
A natureza foi muito inteligente, porque as cadeias de celulose tem uma ligação com a cadeia de hemicelulose “não homogênea” (as ligações entre as cadeias celulósicas sao homogêneas e muito estáveis formando as microfibrilas). isso é importante quando pensamos na inteligência natural disso pois a hemicelulose preenche os espaços entre as microfibrilas de celulose e essa diferença das ligações é crucial para resistência celular a estresses mecânicos, evitando rachaduras. Quando a parede celular é submetida a forças externas, como pressão ou tensão, as ligações mais flexíveis entre a hemicelulose e a celulose permitem uma maior capacidade de deformação antes da ruptura. Isso é especialmente importante para evitar que as fibras se quebrem facilmente. Então é preciso ter uma interface mais fraca que consiga craquelar e impedir que toda a fibra se craquele, divergindo a força.
Lignina (resistência e estabilidade/stiffness)
- o teor de lignina na madeira varia de 20 a 33%, de massa da madeira seca (Sjöströn e Alén, 1998; D’almeida, 1988).
- macromolécula de composição química complexa, formada por unidades fenilpropanoides substituídas
- Polímero complexo e amorfo, composta por unidades fenólicas, incluindo coniferyl, sinapil e p-coumaryl.
- As unidades fenólicas na lignina são conectadas por diferentes tipos de ligações, incluindo ligações β-éter, ligações carbono-carbono e ligações carbono-éter.
- espécies monoméricas são unidas por ligações carbono-carbono (C-C) e ligações carbono oxigênio (C-OC)
- macromolécula natural e amorfa atua como uma “cola” de ligação entre as células, conferindo rigidez à parede celular
- A complexidade dessas ligações contribui para a resistência e estabilidade tridimensional da lignina.
- Os fenóis proporcionam resistência e rigidez.
- Insolúvel em água.
- Não é formada por unidades repetitivas como a celulose.
- Cor marrom
- Textura lenhosa
Celulose + Hemicelulose + Lignina
Água
- H-O-H, polaridade
- propriedade pontes de hidrogênio: líquido no estado ambiente, não fossem as pontes seria um gás e em temperatura ambiente
- interagem com qualquer hidroxila O-H
- logo interagem com os polímeros dos componentes da madeira
Extrativos
- Os extrativos da madeira compreendem uma ampla classe de compostos químicos, que podem ser removidos utilizando solventes orgânicos ou água (Gutiérrez ., 2001a; Schwanninger e Hinterstoisser, 2002; Yokoi ., 2002; Sun e Tomkinson, 2003). Os extrativos lipofílicos são também conhecidos como resinas (Gutiérrez ., 2001a). A composição dos extrativos pode variar, significativamente, entre diferentes espécies de madeira e também dentro das diferentes partes da árvore. Assim, determinadas madeiras podem ser caracterizadas em função da natureza e quantidade de seus extrativos, que são encontrados nas cascas, nas folhas, nas flores, nos frutos e nas sementes; em geral, as quantidades nessas partes da árvore são proporcionalmente maiores que na madeira (Sjöströn e Alén, 1998; Gullichsen e Paulapuro, 2000). Além disso, a quantidade e composição dos extrativos na madeira podem mudar consideravelmente, dependendo dos procedimentos que antecedem o processo de fabricação da polpa, como a época de colheita, a forma de transporte e a estocagem da madeira.