Contexto histórico do pensamento filogenético

Ref: Sistemática Vegetal: Um Enfoque Filogenético
por Walter S. Judd, Christopher S. Campbell, Elizabeth A. Kellogg, Peter F. Stevens, Michael J. Donoghue
CAP 3

Como os sistematas percebiam os grupos no passado, como delimitavam as categorias taxonômicas?

No passado, os sistematas (cientistas que estudam a classificação e a taxonomia dos organismos) percebiam e delimitavam os grupos taxonômicos com base principalmente em características morfológicas visíveis a olho nu. As categorias taxonômicas, como espécie, gênero, família, ordem, classe, filo e reino, eram estabelecidas com base nessas características.

Algumas das abordagens comuns usadas pelos sistematas no passado incluíam:

  1. Morfologia Externa: Observação e descrição de características morfológicas externas dos organismos, como forma, tamanho, cor, textura, padrões de crescimento, entre outros.
  2. Anatomia Interna: Dissecção e análise das estruturas internas dos organismos, como órgãos, sistemas de tecidos e estruturas reprodutivas.
  3. Características Reprodutivas: Estudo dos órgãos reprodutivos, padrões de reprodução e ciclo de vida dos organismos para distinguir e agrupar espécies.
  4. Ecologia e Comportamento: Observação dos hábitos alimentares, habitat preferencial, padrões de reprodução e comportamentos sociais dos organismos para ajudar na classificação.
  5. Comparação entre Espécies Relacionadas: Comparação de características entre espécies relacionadas para identificar padrões de semelhança e diferença que possam indicar relações evolutivas.

Essas abordagens baseadas em observações morfológicas foram amplamente utilizadas antes do desenvolvimento de técnicas moleculares e genéticas, que agora são comumente empregadas para complementar e esclarecer a classificação taxonômica dos organismos.

  • Teofrastos: Observação dos diferentes hábitos de crescimento das plantas, incluindo árvores, arbustos e ervas.
  • Dioscórides: Utilização do conhecimento botânico acumulado ao longo de 16 séculos, documentado em sua obra.
  • Bauhin: Introdução da ideia de nome binominal para identificar as plantas, atribuindo um nome científico composto por dois termos.
  • Lineu: Desenvolvimento do sistema sexual para classificação botânica, categorizando plantas com base no número de estames e estiletes, embora artificial.
  • Lamarck, Jussieu, De Candolle e Hooker: Avanços na classificação botânica, incluindo critérios como a presença ou ausência de cotilédones e a diferenciação entre plantas eudicotiledôneas e monocotiledôneas, bem como o desenvolvimento de sistemas naturais de filogenética.
  • Darwin: Introdução do conceito de ancestralidade comum e evolução das espécies, influenciando profundamente o estudo da botânica.
  • Eichler: Distinção entre criptógamas (plantas sem estruturas reprodutivas visíveis) e fanerógamas (plantas com estruturas reprodutivas expostas).
  • Bessey: Contribuições para a compreensão da evolução das plantas, incluindo a árvore genética ortogenética.
  • Engler: Desenvolvimento de chaves de identificação e ilustrações abrangentes para diversos tipos de plantas, integração de evidências naturais e filéticas, e uso de sequenciamento de DNA para estudos filogenéticos.

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